Poesia efémera
29 agosto, 2022
Pinga LII : Miradas
Que falem os olhos !
e cante o coraçom,
tal como fai o Sol
que a Lua alumea
e que nossas vozes
quedem-se caladas.
🌟
Moradelha editora
26 agosto, 2022
Pinga LI : Segredo
Sendo verdade o que ouvim,
essas cousas que eu sentim.
Nom serei eu quem conte
um segredo tam grande.
🌟
Moradelha editora
25 agosto, 2022
Pinga L : Amence
Instante de arrepio
no meu corpo aparece,
vendo quando amanhece
nos eidos com rocio.
Arranque de motores,
vitaminado impulso.
Um novo dia fluindo,
bem longe de estertores.
🌟
Moradelha editora
22 agosto, 2022
Pinga XLIX : Fadiga
Caminhou até cair rendida,
pola canseira vencida,
trás o longo percorrido.
É polo seu próprio peso,
que cai ò chan o prêssigo
e livra à pola da fadiga.
🌟
Moradelha editora
21 agosto, 2022
Pinga XLVIII : Lembranças
A verde espiga,
o gram dourado,
branca flor de farinha,
o pam trigo cocido
no lume da lareira,
jorro de sentimentos,
mangado de recordos.
🌟
Moradelha editora
20 agosto, 2022
Pinga XLVII : A médio gás
Vou, afeito à adversidade,
vou caminhando a médio gás
e assim deste jeito
sempre levo cheio o peito,
cheio, a bordar.
🌟
Moradelha editora
19 agosto, 2022
Pinga XLVI : O rio
Dixo-me o rio :
As augas que vês,
outros já as virom,
mas nom fora aqui,
senom noutro rio.
I eu sinto tristura
ao darche um regalo,
que nom cabe nas mans,
nem che colhe no colo.
Anacos de vidas
envoltas em auga,
de jeito que poidas
viver sem nada.
🌟
Moradelha editora
18 agosto, 2022
Pinga XLV : Juventude
Adeus juventude,
tesouro meirande,
secarom-se as fontes,
arderom os montes.
🌟
Moradelha editora
Pinga XLIV : Giesta
Num regueiro cristalino
pechei os olhos
e sentim cheiro de gestas,
aromas de primavera.
🌟
Moradelha editora
12 agosto, 2022
Pinga XLIII : Arte
A música tem suas cores
e a pintura os seus amores.
Flui um universo de arte,
arredor das nossas dores.
🌟
Moradelha editora
11 agosto, 2022
Pinga XLII : Despedida
Vós nom tenhades pena de mim,
eu morrerei em paz, sonhando,
num conto metamorfoseando
um cándido e doce serafim.
🌟
Moradelha editora
09 agosto, 2022
Pinga XLI : Alma abandoada
Taxidérmica imagem
dum home dessecado,
duma alma abandoada
à soidade eterna.
🌟
Moradelha editora
08 agosto, 2022
Pinga XL : Morcego
É o eterno penar
de quem vive cego.
Se eu fora morcego,
teria medo a voar.
E ainda mais medo,
se uma águia cobreira,
que eu nom a visse,
polo ceo voasse.
Se ti foras a águia,
teria amor cego
e sem ningum medo,
onda vós voaria.
🌟
Moradelha editora
07 agosto, 2022
Pinga XXXIX : Ponto de apoio
Há cordas pra te agarrares
quando todo estea perdido.
Abre os olhos e mira-as bem,
procura escolher com tino.
Que seja uma que nom rompa
coa primeira turra-dela.
Uma corda que che sirva
agora, manhá e sempre.
🌟
Moradelha editora
06 agosto, 2022
Pinga XXXVIII : Jardim queimado
Brotavam umas flores
que coronava ve-las
e prenderom-lhe lume
ao nosso jardim.
🌟
Moradelha editora
05 agosto, 2022
Pinga XXXVII : Voo da águia
Contemplo parmado
o sigiloso voo
duma águia cobreira,
debuxando no ar
sua paz passageira.
🌟
Moradelha editora
04 agosto, 2022
Pinga XXXVI : Arma letal
Seu doce sorriso
morde meu coraçom,
parte a minha alma
e acaba comigo.
É uma arma letal,
nom lhe hai que fazer.
Quando a tés cravada,
namais podes morrer.
🌟
Moradelha editora
02 agosto, 2022
Pinga XXXV : Ratinho
Um ratinho que dorme
num calado palheiro.
Tendo medo da noite,
escondido entras palhas.
I eu nom dou durmido
no meu sonho primeiro.
Ando sempre desperto,
com luzes e nugalhas.
🌟
Moradelha editora
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