Poesia efémera
24 agosto, 2024
Pinga CXI : Canastro
O carro com ladrás
vazárom-no na adega
e dipois da escasula
enchérom o canastro
co milho da colheita.
☆
Moradelha editora
Pinga CX : Hedra
Trés ponlinhas de hedra
debuxam a bandeira
dum povo enraizado
nos valados de pedra.
☆
Moradelha editora
21 agosto, 2024
Pinga CIX : A chiba
Muito chorou a meninha
pola sua chiba branca,
quando abandoou a casinha
para viver na cidade.
☆
Moradelha editora
25 marzo, 2024
Pinga CVIII : A sobreira
A nossa velha sobreira
latejará co seu toro
coma gigante bugalho.
Até que um dia bem lonjano
renascerá-lhe o retono
que lhe devolva sua vida.
☆
Moradelha editora
09 setembro, 2023
Pinga CVII : Pena
Se nom me escreve ninguém,
morrerei coa pena;
se escrevem-me com pena,
com pena finarei.
☆
Moradelha editora
06 setembro, 2023
Pinga CVI : Paisagem
Debuxam as árvores
caminhos i herdades,
debuxam recordos
de velhos amores.
☆
Moradelha editora
28 agosto, 2023
Pinga CV : Multiverso
A fermosura do nosso Universo,
meticulosamente desenhado,
escapa a uma sábia comprensom,
dum infinito Multiverso.
☆
Moradelha editora
15 agosto, 2023
Pinga CIV : Jasmim
Sair ao meu jardim,
respirar aire fresco,
cheirar a jasmim
e sentar-me convosco.
☆
Moradelha editora
20 xuño, 2023
Pinga CIII : Fria tarde
Cuma chisca de licor
e um anaco de roscom,
quedei coronando
coa tarde tam fria.
☆
Moradelha editora
30 maio, 2023
Pinga CII : Anzolo
Às vezes dim-se cousas
de jeito dum anzolo
para que os peixes
abram a boca.
☆
Moradelha editora
13 maio, 2023
Pinga CI : Farangulhas
Farangulhas milhas
no leite fervido.
Manhás de inverno
ao pé da cocinha.
☆
Moradelha editora
28 abril, 2023
Pinga C : Conjuro
Uma queimada bem feita
fai fugir os pesadelos
i espanta todos os demos.
Bebe-la em taça, com mimo,
esperta ò espírito adurmido.
☆
Moradelha editora
23 abril, 2023
Pinga XCIX : Pensamento
Biquei um pensamento
que chegou-me polo ar.
Colhim o seu espírito
e botei-no a voar.
☆
Moradelha editora
07 abril, 2023
Pinga XCVIII : Espírito
Um espírito eterno
que morre e nasce
quando lhe praze.
Quando quere aparece
ou desaparece.
☆
Moradelha editora
01 febreiro, 2023
Pinga XCVII : O mel e o fel
Eu, do mel,
já tivem bem del.
Agora só quero
um fraco agarimo,
um frouxo biquinho.
Tamem tivem fel
e tivem bem del.
Agora só quero
andar à tua beira,
seguir meu caminho.
☆
Moradelha editora
24 xaneiro, 2023
Pinga XCVI : A espera
Uma fiestra solitária
petando fronte ao azul do mar,
é nossa vida de esperas,
som nossos sonhos e arelas.
☆
Moradelha editora
31 decembro, 2022
Pinga XCV : Brétemas
Pouco a pouco passam os anos
e tua imagem vai-se cobrindo,
pouco a pouco dumas brétemas,
que meu Sol nom dá dissolvido.
🌟
Moradelha editora
22 decembro, 2022
Pinga XCIV : Atrevimento
Pequei de atrevimento,
podendo estar calado,
que era o que houvem fazer
e marchar em siléncio.
🌟
Moradelha editora
16 decembro, 2022
Pinga XCIII : Ir cheirar
Foi cheirar o gatinho
polo rabo da porta
e pechou-se-lhe de súpeto
e mirrou o fucinho.
🌟
Moradelha editora
14 decembro, 2022
Pinga XCII : Vivo
Eu sempre estou vivo
e nunca sei quem som,
nim em que Mundo habito.
🌟
Moradelha editora
07 decembro, 2022
Pinga XCI : Saber
Um sábio que chora sua ignoráncia
e um tolinho que ri-se de nom saber.
Dous bocejos de puro aborrimento,
cheios de fame de conhecimento.
🌟
Moradelha editora
20 novembro, 2022
Pinga XC : Até nunca
Deu-me um bico de adeus,
abriu a porta e marchou
pra nom voltar nunca mais.
🌟
Moradelha editora
19 novembro, 2022
Pinga LXXXIX : Arroiada
E quando meta a direta,
é possível que bem cedo,
quem diante del se ponha,
estorvando seu caminho,
será arroiado polo Mundo.
🌟
Moradelha editora
12 novembro, 2022
Pinga LXXXVIII : Bala perdida
Fora uma bala perdida
que travessara meu peito,
dende entom nom vou direito
com essa fonda ferida.
🌟
Moradelha editora
09 novembro, 2022
Pinga LXXXVII : Sol-pór
Desapareceu a tarde,
o Sol e o sonho que sonhei.
Vai aparecendo a noite,
a Lua e a estrela que amei.
🌟
Moradelha editora
08 novembro, 2022
Pinga LXXXVI : Jardim
Tenho meu próprio jardim,
sem portas nim janelas.
Nel sempre é primavera.
🌟
Moradelha editora
05 novembro, 2022
Pinga LXXXV : Médio-dia da vida
Cálida luz do médio-dia da vida,
esse raio luminoso do inverno
que vem rompendo a noite e o siléncio
e dá rachado o frio, a giada.
🌟
Moradelha editora
02 novembro, 2022
Pinga LXXXIV : Louco amor
Louco amor de médio-dia,
louco amor, parece pouco.
Muito amor de noite e dia,
um delírio tolo e rouco.
🌟
Moradelha editora
01 novembro, 2022
Pinga LXXXIII : Recordos
Bem embarruntado,
cheio de recordos
à ventura marchei,
pingando-me amores
que moi longe deixei.
🌟
Moradelha editora
31 outubro, 2022
Pinga LXXXII : Sendeiro de luz
De afeito encetou
um sendeiro de luz,
traçando um caminho
òs aventureiros
que buscam respostas.
🌟
Moradelha editora
29 outubro, 2022
Pinga LXXXI : O pleno luar
O Sol pinta um espelho
na cima dum outeiro
i eu mirando ao espelho
é a Lua o que vejo.
🌟
Moradelha editora
27 outubro, 2022
Pinga LXXX : Teimosa meninha
Aquela risonha meninha
que nunca mirava para mim,
era teimosa coma o rato
que viu-lhe as orelhas ao gato.
🌟
Moradelha editora
24 outubro, 2022
Pinga LXXIX : O lis
E assim era ela :
Cara branca coma lis
e um delicado aroma,
como brancos alelis.
🌟
Moradelha editora
19 outubro, 2022
Pinga LXXVIII : Nana na noite
Um adorno musical,
compasso com sanefa,
quatro rápidas notas
de doce melodia.
Uma cançom de berce
quando remata o dia,
uma choiva de estrelas,
aginha que noitece.
🌟
Moradelha editora
18 outubro, 2022
Pinga LXXVII : Atos valeiros
Minhas palavras brincam
na vossa cabeleira.
Meus pensamentos jogam
com todo vosso corpo.
Meus atos som valeiros,
meu coraçom perdido.
🌟
Moradelha editora
15 outubro, 2022
Pinga LXXVI : Juntos
Pra onde tenho que marchar,
marchar sem vós nom podo.
Por onde hei de caminhar,
caminharei convosco.
🌟
Moradelha editora
14 outubro, 2022
Pinga LXXV : Pensei
E quedei em siléncio,
cum libro nas mans
e um sorriso nos beiços,
pensei que me escuitavas,
sentim que me falavas.
🌟
Moradelha editora
09 outubro, 2022
Pinga LXXIV : Leitura subliminal
Uns versos que contenhem
inequívocas sinais,
encobertos mensagens,
leituras subliminais.
🌟
Moradelha editora
08 outubro, 2022
Pinga LXXIII : Poça de siléncio
Adeus ao amor que há escrito
nas nossas vidas caladas.
Adeus palavras perdidas
numa poça de siléncio.
🌟
Moradelha editora
05 outubro, 2022
Pinga LXXII : Confesom
Regala-me essa verdade
que che foi dada
e que tam escondida tés,
tam só co medo
de que che seja roubada.
🌟
Moradelha editora
04 outubro, 2022
Pinga LXXI : A gamela
Uns peixinhos prateados
e voadores golfinhos
saúdam nossa gamela
ao sair a mar aberto.
🌟
Moradelha editora
02 outubro, 2022
Pinga LXX : Vento
O vento fungava entros pinheiros
para bendizer nossos ouvidos.
Eram sinfonias saídas duns sonhos
soando co amencer do novo dia.
🌟
Moradelha editora
30 setembro, 2022
Pinga LXIX : Agradecimento
Nom seram versos para ser louvados,
senom as verbas de agradecimento
polo poder da nossa viva língua,
pola sua harmoniosa e doce feitura.
🌟
Moradelha editora
28 setembro, 2022
Pinga LXVIII : Palavra calada
Muito melhor
a palavra calada
senom há ser
uma limpa e honesta.
🌟
Moradelha editora
Pinga LXVII : Junqueira
Co acougo da junqueira
ao agarimo da fonte,
uma tarde de outono,
sendo já case noite,
mirávamos ao ceo.
🌟
Moradelha editora
26 setembro, 2022
Pinga LXVI : Futuro
Polos ouvidos percebendo
futuros acontecementos
dum antigo presente, uns feitos,
que nós nom os vivimos ainda
e ham ocorrer sem dúbida.
🌟
Moradelha editora
25 setembro, 2022
Pinga LXV : Sem saída
Passa o tempo e sigo vendo
muitos caminhos talhados,
muitas ruas sem saída,
uns carreiros e lameiros
que nom se dam travessado
e poucos braços abertos.
🌟
Moradelha editora
Pinga LXIV : Sonho de outono
Pinto o meu sonho
da cor amarela,
vejo azul a auga do mar
e deito-me nela.
🌟
Moradelha editora
21 setembro, 2022
Pinga LXIII : Luz
Quem som eu ?,
para apagar-lhe a luz
a quem me dá vida.
Quem som eu ?,
para negar-lhe a luz
a quem me ilumina.
🌟
Moradelha editora
20 setembro, 2022
Pinga LXII : Luz de estrela
E dixo-me a estrela :
A luz que agora estás vendo
apagou-se há mil anos,
mas eu alumbrarei
ainda mil anos mais.
🌟
Moradelha editora
19 setembro, 2022
Pinga LXI : Humilhacions
Conforme passam os anos
acumulam-se humilhacions.
Nom há nada que fazer-lhe,
nomais podes que traga-las
e quanto mais as envias,
ainda mais te enaltecem.
🌟
Moradelha editora
17 setembro, 2022
Pinga LX : O tempo
O tempo aproxima-se co tempo,
entom chega um tempo que o teu tempo
e o mesmo tempo que meu tempo.
🌟
Moradelha editora
Pinga LIX : Raio de luz
A auga é fonte de vida.
A vida fonte de esperança.
A esperança é um raio de luz
na escuridade.
🌟
Moradelha editora
16 setembro, 2022
Pinga LVIII : Baldréu
Vai lavar as mans, baldréu
e limpa os mucos marrao,
que vouche presentar
a uma minha amiga.
🌟
Moradelha editora
15 setembro, 2022
Pinga LVII : Coraçom de maçã
Ninguém lhe come o coraçom
a uma maçã,
nom se come,
tem a semente.
🌟
Moradelha editora
Pinga LVI : Primavera
O vento azofrado
da flor dos pinheiros.
O canto do cuco
num ninho alheio.
As tardinhas de amor,
bicos nos palheiros
Dum sonho amarelo
o coraçom cheio.
🌟
Moradelha editora
14 setembro, 2022
Pinga LV : Caminho
Detenho-me no caminho,
para pór-me diante de vós,
espido, mirando ao ceo.
🌟
Moradelha editora
09 setembro, 2022
Pinga LIV : Nascim
Nascim aqui e os meus pais
e os seus pais
e os pais dos seus pais.
Som feito deste ar,
desta terra,
deste vento,
deste estrume;
de sangue enxebre.
Sorvo primigénio de leite,
de leite da cor do leite.
🌟
Moradelha editora
02 setembro, 2022
Pinga LIII : Semente
O froito que indultache de come-lo
será o pai dumas colheitas vindeiras
e a mantença de geracions famentas.
🌟
Moradelha editora
29 agosto, 2022
Pinga LII : Miradas
Que falem os olhos !
e cante o coraçom,
tal como fai o Sol
que a Lua alumea
e que nossas vozes
quedem-se caladas.
🌟
Moradelha editora
26 agosto, 2022
Pinga LI : Segredo
Sendo verdade o que ouvim,
essas cousas que eu sentim.
Nom serei eu quem conte
um segredo tam grande.
🌟
Moradelha editora
25 agosto, 2022
Pinga L : Amence
Instante de arrepio
no meu corpo aparece,
vendo quando amanhece
nos eidos com rocio.
Arranque de motores,
vitaminado impulso.
Um novo dia fluindo,
bem longe de estertores.
🌟
Moradelha editora
22 agosto, 2022
Pinga XLIX : Fadiga
Caminhou até cair rendida,
pola canseira vencida,
trás o longo percorrido.
É polo seu próprio peso,
que cai ò chan o prêssigo
e livra à pola da fadiga.
🌟
Moradelha editora
21 agosto, 2022
Pinga XLVIII : Lembranças
A verde espiga,
o gram dourado,
branca flor de farinha,
o pam trigo cocido
no lume da lareira,
jorro de sentimentos,
mangado de recordos.
🌟
Moradelha editora
20 agosto, 2022
Pinga XLVII : A médio gás
Vou, afeito à adversidade,
vou caminhando a médio gás
e assim deste jeito
sempre levo cheio o peito,
cheio, a bordar.
🌟
Moradelha editora
19 agosto, 2022
Pinga XLVI : O rio
Dixo-me o rio :
As augas que vês,
outros já as virom,
mas nom fora aqui,
senom noutro rio.
I eu sinto tristura
ao darche um regalo,
que nom cabe nas mans,
nem che colhe no colo.
Anacos de vidas
envoltas em auga,
de jeito que poidas
viver sem nada.
🌟
Moradelha editora
18 agosto, 2022
Pinga XLV : Juventude
Adeus juventude,
tesouro meirande,
secarom-se as fontes,
arderom os montes.
🌟
Moradelha editora
Pinga XLIV : Giesta
Num regueiro cristalino
pechei os olhos
e sentim cheiro de gestas,
aromas de primavera.
🌟
Moradelha editora
12 agosto, 2022
Pinga XLIII : Arte
A música tem suas cores
e a pintura os seus amores.
Flui um universo de arte,
arredor das nossas dores.
🌟
Moradelha editora
11 agosto, 2022
Pinga XLII : Despedida
Vós nom tenhades pena de mim,
eu morrerei em paz, sonhando,
num conto metamorfoseando
um cándido e doce serafim.
🌟
Moradelha editora
09 agosto, 2022
Pinga XLI : Alma abandoada
Taxidérmica imagem
dum home dessecado,
duma alma abandoada
à soidade eterna.
🌟
Moradelha editora
08 agosto, 2022
Pinga XL : Morcego
É o eterno penar
de quem vive cego.
Se eu fora morcego,
teria medo a voar.
E ainda mais medo,
se uma águia cobreira,
que eu nom a visse,
polo ceo voasse.
Se ti foras a águia,
teria amor cego
e sem ningum medo,
onda vós voaria.
🌟
Moradelha editora
07 agosto, 2022
Pinga XXXIX : Ponto de apoio
Há cordas pra te agarrares
quando todo estea perdido.
Abre os olhos e mira-as bem,
procura escolher com tino.
Que seja uma que nom rompa
coa primeira turra-dela.
Uma corda que che sirva
agora, manhá e sempre.
🌟
Moradelha editora
06 agosto, 2022
Pinga XXXVIII : Jardim queimado
Brotavam umas flores
que coronava ve-las
e prenderom-lhe lume
ao nosso jardim.
🌟
Moradelha editora
05 agosto, 2022
Pinga XXXVII : Voo da águia
Contemplo parmado
o sigiloso voo
duma águia cobreira,
debuxando no ar
sua paz passageira.
🌟
Moradelha editora
04 agosto, 2022
Pinga XXXVI : Arma letal
Seu doce sorriso
morde meu coraçom,
parte a minha alma
e acaba comigo.
É uma arma letal,
nom lhe hai que fazer.
Quando a tés cravada,
namais podes morrer.
🌟
Moradelha editora
02 agosto, 2022
Pinga XXXV : Ratinho
Um ratinho que dorme
num calado palheiro.
Tendo medo da noite,
escondido entras palhas.
I eu nom dou durmido
no meu sonho primeiro.
Ando sempre desperto,
com luzes e nugalhas.
🌟
Moradelha editora
31 xullo, 2022
Pinga XXXIV : Perene
Que uma árvore sempre tenha folha,
nom fai que uma folha seja perene.
A vida continua cum relevo,
mas o nosso espírito fai-se eterno.
🌟
Moradelha editora
Pinga XXXIII : Trono
Aquel geado penedo
que fora um vómito ardendo
do mesmo ventre da Terra,
agora é o meu trono
para olhar as estrelas,
as noites de Lua nova.
🌟
Moradelha editora
04 xullo, 2022
Pinga XXXII : Poema
Quigera escrever um poema branco
deixando-lhe a minha vida dentro.
Mas compriria um oco primeiro
e pode ser que nom pague a pena,
se pra escreve-lo hei de vazar-me.
🌟
Moradelha editora
03 xullo, 2022
Pinga XXXI : Poetisa
Uma bela poetisa
apaziguava a sua dor
com sonhos e com versos,
com romanças e contos.
Disfarçava os pesares
cum sorriso inocente
e sanava as feridas,
escrevendo poesias.
🌟
Moradelha editora
30 xuño, 2022
Pinga XXX : Conto
Achei-me durmindo
baixo uma sobreira,
nos pés um cancinho
e cum livro na man.
Abofé que nom sei
como ali eu cheguei.
Às vezes vivimos
os contos que lemos.
🌟
Moradelha editora
28 xuño, 2022
Pinga XXIX : Passeio
Cheirava a erva-luísa
polas beiras dos jardins,
coronava o passeio
da tardinha de Abril.
🌟
Moradelha editora
26 xuño, 2022
Pinga XXVIII : Montanha dos espíritos
Na montanha dos espíritos
hai passeios polas nuvens
e caminhos cara ao ceo.
Hai uma luz permanente
que alumea os arvoredos
e protege aos caminhantes.
🌟
Moradelha editora
25 xuño, 2022
Pinga XXVII : Deitada na praia
Os teus dedos acaroam
uns pouquinhos graos de area
e teus pensamentos lembram
a juventude na praia.
Está cantando a tua gorja
que chamavam-te Maria
e que tinhas a alma cheia
de sonhos e mais ledícia.
🌟
Moradelha editora
24 xuño, 2022
Pinga XXVI : Chisco de luz
Afeito ò negrume
calquer chisco de luz
é a oportunidade
para abrir os olhos.
🌟
Moradelha editora
21 xuño, 2022
Pinga XXV : Ninho
Ulo ninho de candura ?,
que sonhei Lua tras Lua,
nosso lar cheio de tenrura.
Ulo lume do teu peito ?,
a tua alegria, ula ?,
o querer com tanto jeito.
🌟
Moradelha editora
18 xuño, 2022
Pinga XXIV : Coraçom
Meu coraçom é um poema
escrito com sangue,
que impulsa à ánima
e habita uma praza
onde sempre hai feira.
🌟
Moradelha editora
16 xuño, 2022
Pinga XXIII : Apalpadelas
Vejo-vos eu em sonhos
coma um cego que vé coas mans.
Caminho às apalpadelas
remexendo entras estrelas.
🌟
Moradelha editora
15 xuño, 2022
Pinga XXII : Anónimo
Anónimo perderei-me
entre folhatos e ventos,
na média-noite das flores,
coa madureza dos froitos.
🌟
Moradelha editora
14 xuño, 2022
Pinga XXI : O adeus
Deu-me um bico
e dixo-me adeus
i aqui ficamos
o bico e mais eu.
🌟
Moradelha editora
Pinga XX : Milongas
Vinham-me coas suas milongas
i eu já farto de mandangas,
mandei-nos fritir patacas
e asar castanhas folecas.
🌟
Moradelha editora
13 xuño, 2022
Pinga XIX : Armas
Nossas armas som verbas
em anacos de papel,
umas bágoas de tinta
toupando-nos nos beiços.
🌟
Moradelha editora
12 xuño, 2022
Pinga XVIII : Raposinha
Com feitiços e tesouros
seduzia aos seus amantes,
com astúcias e com berros
atraía aos penitentes.
Uma raposinha loura
ía rondando os poleiros,
aparecendo de noite
com suspiros de siléncio.
🌟
Moradelha editora
29 marzo, 2022
Pinga XVII : Sinais
Reconhecerei o teu canto
entre mil bandadas de cantos
e saberei distinguir tua luz
entre a multitude de estrelas.
🌟
Moradelha editora
28 marzo, 2022
Pinga XVI : Alma preciosa
Cravei-lhe os meus olhos
na sua preciosa alma
e pudem-lhe apalpar
seu nobre coraçom.
🌟
Moradelha editora
26 marzo, 2022
Pinga XIV : Plenitude
Somos eterna extensom
duma flor, da semente
duma planta e sua raiz,
das suas folhas, seu froito.
Eterna extensom de mim,
convidando com sinais,
que me fales no ouvido
e madures comigo.
🌟
Moradelha editora
20 marzo, 2022
Pinga XII : Nova primavera
Nascerá dela uma flor
do simétrico Universo
e uma brilhante folha
coa nova primavera,
reinará na carvalheira.
🌟
Moradelha editora
19 marzo, 2022
Pinga XI : Suspiro espido
Um quero-te rouco,
desafinado e a destempo
sai da minha alma;
um suspiro espido
buscando o teu agarimo.
🌟
Moradelha editora
07 marzo, 2022
Pinga X : Morto
Quigem fazer-me o morto
e botei-me a chorar
como choram os mortos,
num siléncio abismal.
🌟
Moradelha editora
Publicacións máis antigas
Inicio
Subscribirse a:
Comentarios (Atom)